Algumas das queixas desses clientes podem versar sobre ansiedade generalizada ou sobre pânico, depressão difusa e falta de sentido na vida, ou ainda carência de energia e incômodo por dores crônicas ou doenças não explicadas por exames médicos.

Esse conjunto de queixas sugere a existência de traumas ou de negligência em fases precoces da infância, no chamado período de vinculação, ou de apego entre a criança e seus cuidadores primários, principalmente a figura materna. Neste curso vamos abordar justamente a fundamentação da teoria de apego, cada vez mais reconhecida como um referencial teórico fundamental para compreensão de casos complexos.

Desenvolvida originalmente pelo médico psicanalista John Bowlby (1907-1990), em meados do século XX, a Teoria do Apego tem sido retomada sob a luz do que os pesquisadores têm rebatizado de modo mais amplo como a Teoria da Regulação Emocional. Ferramenta teórica indispensável para o terapeuta atual, a teoria do apego descreve não somente a formação do primeiro vínculo entre mãe e bebê, mas tem detalhado, por meio de recursos provenientes da neurociência, de que maneira o hemisfério cerebral direito da mãe se ativa na interação com seu bebê. Essa interação materna estabelece um diálogo entre hemisfério direito da mãe e do bebê, promovendo a maturação das habilidades de autorregulação emocional da criança.

As consequências dessa aprendizagem estendem-se à vida adulta do indivíduo e ao estilo de vinculação até mesmo de seus descendentes. Esse período crítico na infância contribui para o adulto conseguir estabelecer e manter vínculos afetivos satisfatórios.

Caso essas primeiras vivências não sejam bem-sucedidas, as dificuldades no adulto podem levá-lo ao desenvolvimento de quadros patológicos que dificultam ou impedem a manutenção de laços afetivos, por meio de atitudes defensivas, evitativas ou contraditórias, além de sistematizar modelo interno de concepção do mundo.

Atualize-se com esse conteúdo e aprimore suas habilidades de terapeuta para a ajuda dos pacientes que sofrem com abandono e isolamento, fracassados nas tentativas frustradas de melhor viver neste mundo.