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Utilizar cuidadosamente entrelaçamentos cognitivos
O desejo de aliviar o sofrimento da depressão de um cliente pode desencadear a tentação de promover cedo demais entrelaçamentos cognitivos para trabalhar as cognições negativas ou o humor depressivo. Antes de fazê-lo, certifique-se de gastar tempo suficiente em eventos etiológicos ou isso pode exacerbar os sintomas e resultar em um debate sobre o valor de viver.
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Utilizar intervenções centradas na pessoa
Estas técnicas estão focadas na validação e espelhamento. As pessoas deprimidas lutam para sentir-se ouvidas ou compreendidas em suas perspectivas e emoções. É desejável validar e buscar entender primeiro antes de encorajar um cliente a se concentrar no positivo.
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Priorizar a identificação do diálogo interno negativo do cliente
Pesquisas identificam que o uso da Terapia EMDR para tratar com sucesso clientes com depressão é realizado com foco nas crenças negativas e no diálogo interno os quais conduzem aos sintomas da depressão. Busque por frases como “As pessoas estão melhor sem mim” ou “As coisas nunca vão melhorar” (Gauhar, 2016).
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Destinar tempo ao material de origem
Após identificar as crenças negativas primárias que impulsionam a depressão atual, utilizar a técnica de Flutuar ao Passado para identificar os eventos etiológicos e materiais de origem onde essas crenças negativas começaram e dessensibilizá-las primeiro.
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Utilizar o Modelo PAI
Acrescentar na psicoeducação as formas como a mente tira conclusões com base nas informações limitadas disponíveis quando ocorrem eventos negativos ou o impacto que esses eventos podem ter sobre o sistema nervoso, particularmente com a desregulamentação. Isso capacita significativamente o cliente e o ajuda a entender melhor suas respostas e sentimentos.
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Manejar a Ansiedade
Clientes deprimidos podem desencadear ansiedade em relação à segurança, responsabilidade, cuidado e preocupação. Entretanto, o terapeuta deve ser cauteloso para não escolher intervenções ou navegar no tratamento com base nessa ansiedade, pois ela pode tirar a capacidade do terapeuta de reconhecer as necessidades do cliente.
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Usar um tom de voz neutro e otimista
Quando os clientes se sentem desamparados, um terapeuta que demonstra confiança pode ser uma fonte de esperança. Tenha cuidado para não sobrecarregar o cliente por ser excessivamente otimista, o que poderia contornar a positividade tóxica. Ao invés disso, mantenha-se neutro e confiante (Ford & Mauss, 2013).
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Rotular o luto quando apropriado
O luto não processado pode ser uma fonte significativa de depressão. Geralmente, os clientes podem não perceber sua necessidade de luto ou podem precisar de ajuda para identificar o luto e aprender como ele pode afetar o humor.
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Adicionar movimento corporal
O movimento somático pode ajudar a melhorar a comunicação no sistema nervoso. O uso do movimento corporal durante a atividade EBL pode melhorar o nível de dessensibilização, novas conexões espontâneas e aumentar as endorfinas (Zhang & Chen, 2018).
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Fortalecer com o uso de recursos
Usar intervenções de recursos que incluam a capacitação para lidar com ou tolerar sentimentos depressivos. Desenvolver habilidades para que eles pratiquem entre as sessões cria segurança e incentiva a esperança. É aconselhável dedicar mais tempo com clientes de atendimento online, uma vez que o terapeuta não está fisicamente presente.
Conteúdo produzido por Rachael Miller, membro da EMDRIA, retirado e traduzido de
https://www.emdria.org/public-resources/top-10-tips-for-emdr-therapists-working-with-depression/
Referências
Ford, B., & Mauss, I. (2013). The paradoxical effects of pursuing positive emotion. In J. Gruber & J. T. Moskowitz (Eds.), Positive emotion: Integrating the light sides and dark sides (pp. 363–382). Oxford University Press
Gauhar, Y. W. (2016). The efficacy of EMDR in the treatment of depression. Journal of EMDR Practice and Research, 10(2), 59–69. Open access: https://doi.org/10.1891/1933-3196.10.2.59
Zhang, Z., & Chen, W. (2018). A systematic review of the relationship between physical activity and happiness. Journal of Happiness Studies, 20(4), 1305–1322. https://doi.org/10.1007/s10902-018-9976-0