Neste final de ano estamos oferecendo um presente para a Comunidade de EMDR do Brasil – um workshop com o treinador americano John Hartung, com valores acessíveis e especiais.

O tema do workshop, de caráter prático, será:

Tratamento dos Aspectos Somáticos da Dor Crônica e dos Impulsos Viciantes com a Terapia EMDR

Descrição do Workshop:

Por definição, cada disparador liga o presente (um estímulo) ao passado (algum tipo de memória). A memória em disparadores negativos é considerada um trauma não resolvido. Neste workshop, será descrito um protocolo – relatado como seguro e eficaz – que inclui fatores comuns ao tratamento de praticamente todos os gatilhos negativos; devido aos limites de tempo, apenas duas aplicações do protocolo serão demonstradas e praticadas: dor física crônica e impulsos viciantes. (Outras condições relacionadas a gatilhos – como fobias, estressores, dificuldades respiratórias restritas, lesões esportivas – também podem ser tratadas com pequenos ajustes na metodologia).

Um foco central no tratamento de gatilhos envolve a identificação de aspectos somáticos de traumas não resolvidos, já que o evento traumático original muitas vezes não é acessível. Para facilitar a busca por um alvo somático, são feitas certas modificações no EMDR padrão. Um guia para fazer as modificações necessárias vem de um esquema pouco conhecido que Francine Shapiro desenvolveu para simplificar seu modelo e método EMDR ortodoxos, mantendo a essência da terapia EMDR. O mnemônico que resume seu modelo resumido – “acesso-estimulação-movimento” – também acontece de coincidir com os elementos “exposição-desajuste-mudança” do modelo de “reconsolidação de memória” amplamente utilizado para explicar e orientar a psicoterapia informada por trauma.

O protocolo envolve a participação ativa tanto do terapeuta (apresentador) quanto do cliente (participante do workshop) na identificação de gatilhos, no gráfico de baselines, no monitoramento de possíveis mudanças e na manutenção da auto-regulação. Após o material didático inicial, os participantes serão convidados a praticar um exercício de auto-regulação. Em seguida, segue-se uma demonstração – com um cliente voluntário. Os participantes serão convidados a tratar a si próprios dos aspectos somáticos da dor leve ou dos impulsos de baixo nível à medida que a demonstração ocorre. A utilização de medidas subjetivas de nível de dor ou intensidade de impulso, juntamente com a janela de tolerância emocional, será usada repetidamente para limitar os riscos, maximizando a segurança e eficácia do cliente.

Objetivos de aprendizado. Pessoas que participarem de todo o workshop deverão ser capazes de:

1. Definir as três etapas no modelo de reconsolidação de memória e no mnemônico de Shapiro para o processamento de trauma.
2. Indicar três riscos que os terapeutas podem provocar aplicando qualquer um dos modelos de forma inadequada.
3. Identificar três estratégias para maximizar a segurança do cliente durante o processamento de trauma.
4. Explicar quais elementos do ICES (7 perguntas) podem ser opcionais.

O modelo de reconsolidação de memória e o EMDR 2023.

Cursos de treinamento básico aprovados pela EMDRIA, bem como estudos destinados a validar o método EMDR padrão, relacionam-se principalmente com o tratamento de trauma único. Logo se torna aparente que o treinamento básico por si só não nos preparará para tratar TEPT complexo, dor física crônica, impulsos viciantes, gatilhos e eventos pré- ou não verbais, respiração restrita, anedonia, pessoas dissociativas e muitas outras condições. Soluções possíveis (P: Quantas destas você já pratica?):

• adiar, adiar ou abreviar a coleta de histórico na fase 1
• começar com a fase 2 e focar na auto-regulação
• começar com tratamentos menos ativantes (psicologia da energia) (Hartung, 2023)
• omitir um ou outro dos elementos ICES (Shapiro, 2018, p. 351)
• iniciar a fase 4 com muito menos de 24 MEs (movimento ocular ou outros BLS)
• usar o FLASH (Manfield et al, 2017)

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• Outra solução – foco do presente workshop – é direcionar e tratar diretamente os sintomas somáticos relacionados a gatilhos negativos. Antecedentes relevantes: Shapiro (2018, p. 351) já sugeriu um mnemônico de 3 etapas ou modelo abreviado para o trauma (re)processamento:

1. acesso (ativar)
2. estimular (MEs)
3. mover O mnemônico de Shapiro se sobrepõe ao modelo de “reconsolidação de memória” (MR) (Lee, 2009), amplamente utilizado para explicar e orientar práticas de tratamento de trauma.
4. exposição
5. incompatibilidade
6. reconsolidar

Página 3. Tanto o mnemônico de Shapiro quanto o modelo de MR são explicados da seguinte forma:

1. (acesso ou exposição): o único objetivo é que o cliente “entre em contato emocionalmente ou somaticamente com o alvo de tratamento”; nesse sentido, todo tratamento de trauma eficaz é uma terapia de exposição (não apenas a terapia de exposição CBT).
2. (estimular ou incompatibilidade): todo tratamento de trauma eficaz requer que, à medida que o cliente é exposto ou acessa o alvo, a resposta neurológica usual no corpo/cérebro do cliente de alguma forma seja desafiada ou desequilibrada de alguma forma. (Perguntas: qual é a incompatibilidade na terapia cognitiva, na dessensibilização sistemática de Wolpe, na exposição prolongada?).
3. (mover ou reconsolidar): exposição + incompatibilidade = cura.